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terça-feira, 6 de novembro de 2007


Cadê o pai?


Ele não tem filho e começou a namorar uma moça que tem um menino. Este, somente aos cinco anos, conheceu o pai biológico porque a mãe entrou na justiça pelo reconhecimento da paternidade. O menino, que não estabeleceu vínculo forte com o pai, acabou tecendo laços afetivos com o namorado da mãe. Apesar do namoro se romper, o ex-namorado manteve a relação com o menino que até hoje o chama de pai.
Essa história coloca em cena o quanto é importante, para a criança, que alguém cumpra o papel de pai. Pai é aquele que enoda com o olhar e estreita nos braços. Não importa se o pai é empresário ou desempregado, silencioso ou carinhoso. A expectativa que a palavra pai provoca nos filhos é sempre de segurança, de quem protege e orienta. Eles sempre esperam do pai paciência, compreensão, lealdade. Pai mitologicamente é representação de referência, vetor - o experiente que conduz, sabe dizer sim e dizer não, permitir e proibir.

Sabemos que grande parte dos lares hoje são monoparentais, em muitos deles é a mulher quem exerce a função paterna. Importa registrar que, mesmo que o mundo vire de cabeça para baixo, os filhos vão querer saber: cadê meu pai? Uma coisa é certa: a garotada sente uma falta danada desse sujeito meio em extinção, haja visto os pais de aluguel, de quem os garotos não querem abrir mão.

A questão é chamar atenção para a importância da figura paterna. Ser pai num mundo que convoca o homem o tempo todo para a competição, que cobra dele sucesso financeiro, posição social e sexual, não é fácil. Se ele não empenhar sua imagem nesse modelo, poderá sentir que fracassou. Como convencê-lo de que seu sucesso não pode custar o fracasso do filho? Temos certeza de que um filho bem amado pelo pai, que pode com ele contar e desfrutar de sua companhia, jamais irá reivindicar na justiça a herança que esse não foi capaz de lhe deixar. No entanto, o contrário já ocorreu: o filho cobrar judicialmente o carinho que não recebeu do pai.

O homem precisa fazer jus aos significantes que definem o imaginário da paternidade – instância fálica que simboliza autoridade e peça chave na estruturação do sujeito. Sem passar pelo simbólico, nenhum pai vai conseguir impor autoridade. Há pai que deixa a criança sedenta de afeto. Faz promessas e não cumpre, nem explica por que não pôde cumprir. Muitos homens, separados, arrumam outra família e aproveitam da situação para abandonarem os filhos. Longe de moralismos, interessa reforçar a importância da presença e do carinho dos pais na formação e desenvolvimento psíquico dos filhos.

O mundo está cada vez mais povoado de jovens sem educação, violentos e criminosos, que divertem-se espancando e roubando. Com uma educação consistente, mães e pais atentos, crianças bem providas de afeto, conquistaremos um mundo menos violento. Pais, mãos à obra, essa tarefa é de vocês e carece ser cumprida. Nem todo garoto conta com a sorte de se deparar, pela vida afora, com um pai - seja biológico ou não, casado ou não – que o acolhe e o ame. Como fez aquele bom rapaz.

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