O garoto chorava todos os dias antes de ir para o judô. A mãe, convencida de que esta era a atividade ideal para ele, avaliou o comportamento como manha, birra de criança. Certo dia, conversando com o professor, este a aconselhou suspender e tentar descobrir qual esporte ele mais se identificaria. E aproveitou para reforçar que cada criança é única, com escolhas distintas das outras, portanto, o melhor é não forçar, caso a atividade não esteja fazendo bem ou trazendo alegria.
É compreensível os pais quererem ocupar os dias dos filhos com atividades extras escolares. A maioria das famílias mora em apartamentos sem uma área de lazer e não contam com profissionais qualificados para cuidarem das crianças. Para muitos pais, ocupar o filho significa tranqüilidade, segurança - a certeza de que ele não está na rua, tampouco em casa assistindo a programas inadequados à sua idade, ou diante de um computador.
A infância é uma etapa da vida em que a criança inicia-se como pessoa, é quando ela começa a construir-se internamente, se descobrindo e se fazendo nas brincadeiras e vivências lúdicas. É muito importante incluir nas agendas infantis o brincar. É através das brincadeiras que a criança desenvolve o potencial criativo. Brincar, fantasiar, criar – experiências que propiciam o contato do sujeito com sua interioridade. Num processo criativo, a criança desenvolve a sexualidade e adquire maturidade emocional. Brincar é criar com a fantasia, colocá-la na ação. E a criação é uma das coisas que certifica que a vida vale a pena.
Criança feliz é aquela que, desde pequena, se reconhece naquilo que faz. Nada mais entediante que executar tarefa que não nos diz respeito. Mais importante que preencher o dia do filho, é os pais, juntos a ele, escolher atividades que lhe propiciam satisfação, respeitando singularidades, interesses. Criança feliz é mais importante que criança atarefada, sobrecarregada.
A quem interessa uma agenda infantil cheia e sem tempo para desfrutar das delícias de ser criança? Cabe aos pais e educadores refletirem, questionando os excessos de atividades a que muitas crianças estão submetidas. A necessidade dos pais em tamponarem todo o tempo livre do filho não reflete uma resistência ou dificuldade destes em se ocuparem dos mesmos? Lembramos que nenhum esporte, nenhuma dança irá substituir o contato da criança com os pais. O tempo de convívio dos pais com os filhos é fundamental e irreversível. Para tanto, a família deve incluir na agenda conversas, leituras e brincadeiras.
A sociedade de consumo, midiática, tende a copiar estilos, levando o indivíduo a esquecer que cada qual deve construir o seu. Viver é mais que cumprir um plano de metas, rígido e burocrático. O cotidiano urbano, frenético e turbulento, muitas vezes impede que o sujeito se reconheça nos intervalos, nas hiâncias. É quando algo falha que o sujeito emerge - quando paramos para pensar e nos reinventar. Somos contaminados por uma multidão de aspectos e experiências culturais que cercam a vida, cujo desafio consiste em saber identificar o traço, aquilo que nos diferencia dos demais. Para Freud: “Não existe uma chave de ouro que sirva a todos, cada qual terá que descobrir, à sua maneira, como se salvar”.
A questão não está em quantas atividades matricular o filho, se ele deve fazer ou não judô, mas em saber equacionar a atividade com o desejo da criança, respeitando seu estilo, suas afinidades. Somente assim ela irá entrar em contato com o fogo interno, desejo incendiário que produz belezuras. Para Montaine, filósofo francês: “Instruir uma criança não é como encher um vaso, é como acender uma fogueira”.
A quem interessa uma agenda infantil cheia e sem tempo para desfrutar das delícias de ser criança? Cabe aos pais e educadores refletirem, questionando os excessos de atividades a que muitas crianças estão submetidas. A necessidade dos pais em tamponarem todo o tempo livre do filho não reflete uma resistência ou dificuldade destes em se ocuparem dos mesmos? Lembramos que nenhum esporte, nenhuma dança irá substituir o contato da criança com os pais. O tempo de convívio dos pais com os filhos é fundamental e irreversível. Para tanto, a família deve incluir na agenda conversas, leituras e brincadeiras.
A sociedade de consumo, midiática, tende a copiar estilos, levando o indivíduo a esquecer que cada qual deve construir o seu. Viver é mais que cumprir um plano de metas, rígido e burocrático. O cotidiano urbano, frenético e turbulento, muitas vezes impede que o sujeito se reconheça nos intervalos, nas hiâncias. É quando algo falha que o sujeito emerge - quando paramos para pensar e nos reinventar. Somos contaminados por uma multidão de aspectos e experiências culturais que cercam a vida, cujo desafio consiste em saber identificar o traço, aquilo que nos diferencia dos demais. Para Freud: “Não existe uma chave de ouro que sirva a todos, cada qual terá que descobrir, à sua maneira, como se salvar”.
A questão não está em quantas atividades matricular o filho, se ele deve fazer ou não judô, mas em saber equacionar a atividade com o desejo da criança, respeitando seu estilo, suas afinidades. Somente assim ela irá entrar em contato com o fogo interno, desejo incendiário que produz belezuras. Para Montaine, filósofo francês: “Instruir uma criança não é como encher um vaso, é como acender uma fogueira”.
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